O potencial de investimentos em energia eólica e hidrogênio verde e a importância da diversificação da matriz energética brasileira diante do descompasso na estrutura para absorver as novas fontes de energia, são alguns dos principais assuntos da 14ª edição do Brazil WindPower, o maior evento de energia eólica da América Latina. Com o tema Política industrial verde e transição energética justa: o protagonismo brasileiro, o Brazil WindPower 2023 será realizado de forma híbrida de 12 a 14 de setembro, no pavilhão da São Paulo Expo, em São Paulo, em formato de feira e congressos.
A energia eólica brasileira é uma das mais promissoras no mundo. No ano passado, o país bateu recorde de instalações de energia eólica, registrando mais de 4 gigawatts (GW), segundo o Conselho Global de Energia Eólica – GWEC, ficando em terceiro lugar, atrás somente da China e dos EUA, e na frente de países como Alemanha, Suécia e Finlândia. No mundo todo, a capacidade de energia eólica aumentou em 78 GW, em 2022, alcançando um total 906 GW. A expectativa é que este ano as novas instalações superem 100 GW e nos próximos cinco anos mais de 680 GW.
Organizado pelo Grupo CanalEnergia by Informa Markets, pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e pelo GWEC, este ano o evento está ainda maior, ocupando mais de um pavilhão e com atrações em três arenas de conteúdo simultâneas, além de abrigar mais de 90 empresas expositoras e cerca de 30 patrocinadores.
Um dos painéis que deve atrair grande público é o Potencial de atratividade de investimento no Brasil. Igor Fonseca, Head of Power, Project Finance - Banco Santander; Wilson Chen Chang, Senior Vice President, Co-Head para o Setor de Energia na Área de Project Finance - Itau BBA, Luciana Costa, Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática – BNDES e Enrique Lusso, International Developments VP - Pan American Energy, vão debater o ambiente promissor para o país no setor de eólicas.
Atualmente, o Brasil possui 916 parques eólicos distribuídos em 12 estados. Rio Grande do Norte é principal estado produtor, com 7.872,43 (megawatts) e 248 instalações. Mas essa capacidade de instalação tende a crescer rapidamente, já que o setor espera a aprovação do PL 576/2021, que regulamenta a atividade de energia eólica offshore. Segundo “Roadmap Eólicas Offshore 2035” da Empresa de Pesquisa Energética-EPE, o potencial de eólicas offshore no Brasil é em torno de 700 GW. Isso equivale a 50 usinas hidrelétricas como a de Itaipu.
Outro painel que deve ser disputado é Hidrogênio Renovável: Potencial e investimento – Os Primeiros Resultados com os palestrantes Felipe Ferrés, Siemens Energy, Rodrigo Santana, Diretor de Operações - Atlas Agro, Luis Viga, Country Manager – Fortscue e Mauro Andrade, CEO - Porto do Açu. Estima-se que o hidrogênio verde pode representar entre 12% e 22% de toda demanda de energia no planeta até 2050. Segundo estudo da consultoria Mckinsey, o Brasil poderá ter uma nova matriz elétrica inteira até 2040 destinada à produção do H2V. Isso significa um total de US$ 200 bilhões em novos investimentos no período, destinado a novas linhas de transmissão e mais unidades fabris do combustível e de estruturas associadas, incluindo terminais portuários, dutos e armazenagem. O hidrogênio verde é considerado uma das grandes apostas para a transição energética. Ele poderá descarbonizar vários setores da indústria e transporte pesado - combustível para aeronaves, navios e caminhões. E poderá ser aproveitado no próprio setor elétrico, para armazenamento do combustível em baterias na geração de energia elétrica.
