Os estados estão, em sua maioria, preparados para alavancar de uma vez as eólicas offshore e tornar a produção do hidrogênio verde uma realidade em território nacional. No entanto, ainda aguardam a resolução de um marco regulatório federal para que isso possa transformar o Brasil em referência global no assunto. É o cenário descrito por autoridades da Bahia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande Sul, quatro dos principais estados protagonistas em energia renovável, durante painel do segundo dia do Brazil Windpower.
“A Bahia se prepara desde 2020. Temos um marco regulatório estadual. Mas não conseguimos dialogar com o Governo Federal. Diante disso, existem questões que precisam ser definidas. E isso atrapalha”, destacou Roberto Fortuna, secretário executivo da Comissão Especial para implantação de uma Economia de Hidrogênio Verde na Bahia.
Considerada uma das apostas para a transição energética, a energia eólica offshore tem um potencial energético de cerca de 700 gigawatts (GW), podendo ampliar em 3,6 vezes a capacidade de energia já instalada no Brasil, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Durante o painel, os participantes também deixaram claro que não existe uma competição entre estados. “É algo complementar”, destacou Hugo Leal, que foi acompanhado por Marcelo Camardelli, secretário de Estado Adjunto do Rio Grande do Sul. “Há uma sinergia muito grande entre os estados para buscar esforços, em especial a regularização, para encontrar o melhor caminho para o setor. E o Governo Federal precisa olhar com mais atenção para tudo isso”.
Enquanto isso, Jaime Calado, secretário do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, foi direto. “Essa transformação energética é uma necessidade e urgente”. O painel contou ainda com a participação de Daniel Lamassa, subsecretario adjunto de Energia do Rio de Janeiro, e Leonlene Aguiar, diretor geral do IDEMA (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente) do Rio Grande do Norte.